"Sei que me aparecem esses bonitos na minha vida, muitos deles sagazes também. Por quê? Eu digo porquê. Porque eu leio livros. Mas não pela reles razão de simplesmente parecer charmosa. Porque lendo aprendi a almoçar conhecimento, o que leva a ser curiosa e, por sua vez, me tornou uma perguntadora maluca. Onde você nasceu? (Qual a cor da sua cueca?) Que tipos de filme você gosta? (Qual a cor da sua cueca?) Afinal, o que houve nesse seu último relacionamento? (Qual a cor da sua cueca?) Praia ou serra? (Qual a cor da sua cueca?) Mas, me fala mais sobre essa briga com sua mãe (Qual a cor da sua cueca?). Se você não é bonita feito a Anna Hickaman, não tem o dinheiro da copeira do Eike Batista, nem a espirituosidade da Mônica Waldvoguel, ou os peitos da Flávia Alessandra, então apenas leia, minha querida. Leia os clássicos, leia os chatos, leia os rápidos, leia os com baleias ou bruxos no meio. Ou Philip Roth, Hermann Hesse, JD Salinger, John Fante, Ernest Hemingway, Nick Hornby, em último caso, a biografia do Justin Bieber (mentira, jamais faça isso). Mas faça perguntas, muitas. Não tente parecer enigmática ou canalha ou popular. Faça perguntas. Queira saber, se importe, ouça, pense em trocar ideias aquém dos fluidos corporais. O garoto bonito não verá a hora de pegar o celular e "ai, cara, nem sabe, conheci uma mulher im-pres-sio-nan-te" - "linda?" - "não, im-pres-sio-nan-te" - "e linda?" - "não, seu burro, eu disse impressionante, tá cortando a ligação, hein?". Porque tem coisas que só o renascimento e a faca do cirurgião fazem por você."
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